Solos

Parafraseando um cliché: uma imagem vale por mil palavras (ou algo assim parecido ou talvez muito diferente!).
Estas duas Oleas mostram uma diferença de crescimento enorme.
A Olea da esquerda comprei-a em Março deste ano e tinha sido escavada pela pessoa que ma vendeu em Novembro do ano passado.
A Olea da direita foi-me oferecida por um dos meus alunos em Março deste ano.

As duas Oleas apanham a mesma exposição solar e são adubadas da mesma maneira.
A que me foi oferecida pelo aluno fui eu que lhe fiz o envase pois tinha sido recolhida no dia anterior, tirei todo o solo de origem e passado 2 ou 3 semanas coloquei-a na mesa onde ainda se encontra, como mistura utilizei só Akadama grossa.

A Olea que comprei encontra-se numa mistura pelos vistos utilizada por muita gente, Leca (argila expandida) hoje em dia muito na moda, e se não me engano composto.
O que muita gente não sabe quando utiliza a Leca é que esta tem um ph de 7.5, ou seja é um substrato bastante alcalino.
É verdade que o substrato orgânico é ligeiramente ácido e assim, dirão muitas pessoas, as coisas  irão equilibrar-se, mas eu não estou tão certo disso.

Infelizmente nestas misturas a possível drenagem e arejamento das raízes trazida pela Leca é completamente destrúida pela quantidade de matéria orgânica utilizada.
Outro efeito de utilizar Leca nestas misturas é que ao regar e como a Leca flutua devido aos espaços cheios de  ar no seu interior, com o passar do tempo a Leca vem á superfície e a matéria orgânica afunda cada vez mais  tornando muito difícil a rega pois a Leca da superfície pode já estar completamente seca enquanto que a matéria orgânica ainda está completamente molhada.

Não pretendo com este texto acusar ninguém pelas opções que fazem ou quanto aos solos que utilizam ( e sei que algumas pessoas irão jurar sobre as enormes qualidades destas mesmas misturas) mas depois de ter perdido uma outra Olea   e depois de envasar algumas plantadas neste tipo de solos posso-vos dizer que o desenvolvimento radicular nestes solos é constrangedor.
As raízes são finas, fracas e muito mal desenvolvidas.
O que significa que envasar uma árvore que cresceu neste tipo de solos é um risco para o seu proprietário.

A minha intenção é apenas alertar os bonsaìstas visitantes deste blog mostrando-lhes que o investimento feito quando da escolha de solos é algo claramente reflectido na saúde e crescimento das vossas árvores.

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