Juniperus Chinensis Sokan

Mais um Juniperus da minha colecção que depois de alguns anos de crescimento desde a sua formação com o Mestre Hotsumi Terakawa necessitava agora ser trabalhado.
O vaso é um belíssimo Tokoname feito á mão (com selo e assinatura) pelo Mestre ceramista Mr Matsushita Masuo (trademark Izumi-ya).
Depois do envase da árvore onde tirei todo o solo de origem ( coisa que não aconselho a pessoas com pouca experiência) no seu novo vaso as proporções não batiam muito certo mas agora depois de um forte crescimento e enraizamento penso que as coisas vão ficar mais balançadas entre a força visual do vaso e o carácter da árvore após o trabalho ter sido feito.
Digo isto pois este tipo de vasos normalmente são utilizados para árvores com troncos mais pesados, devido ás dimensões desta árvore e também contando já com o seu futuro desenvolvimento escolhi plantá-la neste vaso, a altura e largura deste exemplar necessitavam de um contra-balanço reflectido no vaso.
A vocês de julgarem...

A folhagem velha foi limpa e todos os ramos finos aramados.
Será continuada a formação de linhas de seiva rodopiando ao longo do troncos começada na primeira formação com o Mestre Terakawa.

Embora possa não parecer esta árvore já tem  70 anos.
Chegou no final dos anos 70 á Holanda quando tinha uma idade de 40 anos, onde desde essa altura fez parte da coleção do Sr. Lodder (o proprietário  de um conhecido viveiro de Bonsai) até ao momento em que o comprei á 4 anos.
No momento da sua chegada á Holanda na altura foi constatada uma infestação perigosa em todo o lote de Juniperus.
Devido ao tratamento necessário (fumigação) para eliminar essa praga ser muito agressivo este foi o único Juniperus sobrevivente do lote.


A quarta foto mostra a árvore a meio do refinamento, o segundo tronco estava nesta altura limpo de folhagem velha e aramado.
As melhores características desta árvore são o movimento da primeira parte do tronco na base do Sokan e o movimento dos dois troncos que formam um conjunto harmonioso mas variado pelo equilibrio que proporcionam um ao outro.
As duas últimas fotos mostram (não sei se com suficiente clareza) as partes que vão ser feitas Shari e as que já são actualmente madeira morta desenhadas a giz branco, devido ao deslocamento de algumas linhas de seiva noutras direções o trabalho tem de ser feito pouco a pouco.
Os espaços vazios são nesta composição essenciais na criação de uma atmosfera refinada.
Tem a aparência de uma árvore grande na natureza.
Uma árvore com uma presença elegante e distinta, qualidades essas que certamente irão aumentar com o passar dos anos e a maior definição e detalhe das suas massas de folhagem.
Grossura na base 14cm, altura 62cm.

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