Rhododendron Ikadabuki
Certamente em muitas colecções de Bonsai há exemplares negligenciados pelos seus proprietários seja por falta de tempo, perda de interesse, ou outros factores.
Esta é a história de 9 anos de um desses exemplares.
O estilo Ikadabuki raramente acontece na natureza mas por ser tão raro pode deixar uma profunda emoção no observador.
É caracterizado por um tronco que por qualquer motivo caíu mas sobreviveu a essa queda criando raízes nos sitios em que toca a terra e do qual com o passar do tempo o que eram ramos tranformaram-se em troncos.
Na Holanda e na França vi árvores crescidas naturalmente desta forma e devido á impossibilidade de conseguir em viveiros de Bonsai ou na natureza material com estas características decidi á 9 anos começar a formação de uma árvore neste estilo a partir de material muitíssimo modesto de viveiro.
Nos primeiros anos plantei a planta com o tronco horizontal numa caixa de madeira para que criasse raízes a partir do mesmo.
Quando alguns anos mais tarde a caixa de madeira começou a apodrecer cortei as raízes originais após me têr certificado que a planta tinha produzido suficientes raízes no tronco original e plantei-a num vaso mais raso.
Foi mais ou menos nessa altura que perdi interesse pela planta e com o passar do tempo ela acabou por ficar num canto do viveiro sem ser podada ou envasada.
A única coisa que não foi negligenciada foi a adubação.
Agora depois de anos sem ser trabalhada tinha finalmente chegado a sua vez de ser remodelada.
A primeira foto mostra o estado de abandono do exemplar, não só os ramos tinham crescido desordenadamente mas também as ervas daninhas tinham-se apoderado de todo o vaso.
A primeira tarefa foi cortar todos os ramos ou troncos que fossem contra o movimento natural da árvore, assim como tirar as ervas daninhas.
Este exemplar tem na sua forma natural não trabalhada não só as características do estilo Ikadabuki mas o movimento e ritmo dos troncos é também marcado pelo estilo Fukinagashi (batido pelo vento).
Com isso em mente fiz a poda de ramos e troncos,tirando dois dos troncos originais deixando 7, e retirando inúmeros ramos que cresciam contra o movimento geral da árvore.
A minha ideia foi também de criar espaço e a sensação de observarmos uma paisagem.
O único detalhe que não me agrada é o vaso actual, o vaso futuro terá de reflectir algo do lugar onde este tipo de árvore iria crescer com algo de severidade e minimalismo aliviado só na Primavera pela explosão de rosa forte das suas flores.
Um tipo de vaso como aquele utilizado muitas vezes para o estilo Yose-Ue (estilo floresta) longo e muito raso iria neste caso aumentar essa sensação de pequena paisagem (em vez de como no vaso actual parecer ter vindo directamente dum Show Floral).
O detalhe mais importante para aumentar a qualidade deste exemplar é no próximo envase desenterrar e mostrar o antigo tronco (agora quase totalmente enterrado e por isso invisível) para mostrar também o estilo a que pertence.
Será que vale agora a pena manter esta árvore na minha colecção para ela se desenvolver até á sua maturidade???
Altura 34cm, largura 65cm.
Esta é a história de 9 anos de um desses exemplares.
O estilo Ikadabuki raramente acontece na natureza mas por ser tão raro pode deixar uma profunda emoção no observador.
É caracterizado por um tronco que por qualquer motivo caíu mas sobreviveu a essa queda criando raízes nos sitios em que toca a terra e do qual com o passar do tempo o que eram ramos tranformaram-se em troncos.
Na Holanda e na França vi árvores crescidas naturalmente desta forma e devido á impossibilidade de conseguir em viveiros de Bonsai ou na natureza material com estas características decidi á 9 anos começar a formação de uma árvore neste estilo a partir de material muitíssimo modesto de viveiro.
Nos primeiros anos plantei a planta com o tronco horizontal numa caixa de madeira para que criasse raízes a partir do mesmo.
Quando alguns anos mais tarde a caixa de madeira começou a apodrecer cortei as raízes originais após me têr certificado que a planta tinha produzido suficientes raízes no tronco original e plantei-a num vaso mais raso.
Foi mais ou menos nessa altura que perdi interesse pela planta e com o passar do tempo ela acabou por ficar num canto do viveiro sem ser podada ou envasada.
A única coisa que não foi negligenciada foi a adubação.
Agora depois de anos sem ser trabalhada tinha finalmente chegado a sua vez de ser remodelada.
A primeira foto mostra o estado de abandono do exemplar, não só os ramos tinham crescido desordenadamente mas também as ervas daninhas tinham-se apoderado de todo o vaso.
A primeira tarefa foi cortar todos os ramos ou troncos que fossem contra o movimento natural da árvore, assim como tirar as ervas daninhas.
Este exemplar tem na sua forma natural não trabalhada não só as características do estilo Ikadabuki mas o movimento e ritmo dos troncos é também marcado pelo estilo Fukinagashi (batido pelo vento).
Com isso em mente fiz a poda de ramos e troncos,tirando dois dos troncos originais deixando 7, e retirando inúmeros ramos que cresciam contra o movimento geral da árvore.
A minha ideia foi também de criar espaço e a sensação de observarmos uma paisagem.
O único detalhe que não me agrada é o vaso actual, o vaso futuro terá de reflectir algo do lugar onde este tipo de árvore iria crescer com algo de severidade e minimalismo aliviado só na Primavera pela explosão de rosa forte das suas flores.
Um tipo de vaso como aquele utilizado muitas vezes para o estilo Yose-Ue (estilo floresta) longo e muito raso iria neste caso aumentar essa sensação de pequena paisagem (em vez de como no vaso actual parecer ter vindo directamente dum Show Floral).
O detalhe mais importante para aumentar a qualidade deste exemplar é no próximo envase desenterrar e mostrar o antigo tronco (agora quase totalmente enterrado e por isso invisível) para mostrar também o estilo a que pertence.
Será que vale agora a pena manter esta árvore na minha colecção para ela se desenvolver até á sua maturidade???
Altura 34cm, largura 65cm.
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